Mundo Caótico: A cidade no covil do Dragão

Drakomyth

A cidade no covil do Dragão

Origens

Na cordilheira conhecida como a muralha do fim do mundo se encontra Mithrant, a montanha que corta as nuvens. Em seu topo há neve eterna, mas é em seu interior que se encontram suas maravilhas. A mais conhecida é a cidade de Drakomyth. Esculpida dentro da montanha e de suas próprias pedras, Drakomyth é a principal cidade dos anões, a capital de um reinado no interior da cordilheira.

 No princípio havia apenas a cidade mineradora dos anões, que compartilhava seu nome com a montanha. Mithrant é uma montanha rica, seu interior esconde minérios raros e diversos, alguns nutridos pelos veios mágicos da própria terra, matéria-prima imbuída de mana, forjada pelos anões em artefatos de incrível poder. 

E a montanha  Mithrant foi tão generosa quanto os anões são gananciosos, assim, em seus mil anos de existência, a mineração nunca parou, a forja jamais apagou, tornando a riqueza dos anões imensurável. 

Porém, sua cobiça era maior que sua riqueza, e continuaram a mineração. Eles escavaram até o centro da montanha, onde fizeram sua maior descoberta. Uma câmara de tamanho gigantesco repleta de tesouros oriundos do mundo todo Havia pilhas e mais pilhas de moedas de ouro,  magma emergindo de rupturas e verdadeiros gêiseres de fumaça e vapor tomando o ambiente. 

No centro de tudo, um ovo. 

Naquele momento os anões descobriram que passaram mil anos construindo sua cidade sobre o covil de um dragão. 

Os primeiros anões que descobriram o covil mantiveram segredo e procuraram seu Rei em busca de sabedoria. Então Azgen, o Rei dos Anões, tomou sua decisão. Enviou batedores para conseguir todo conhecimento sobre o covil que poderiam coletar. 

Quando voltaram sua descoberta mais importante foi que nos mil anos que os anões se estabeleceram na montanha o dragão nunca esteve em seu covil. Foi fácil descobrir isso pelo estado de conservação do tesouro e as insígnias das moedas serem tão antigas que nenhum reino mais usava. 

O próprio ovo não parecia estar em nada parecido com um ninho, o local parecia mais um altar e como tudo, parecia abandonado há mil anos, exceto por eventuais ataques de seres das profundezas, criaturas vindas das entranhas da terra que pareciam tentar chegar até o ovo, mas era sempre detido por defesas mágicas do covil.

O Rei Azgen reuniu o conselho de sábios para decidir o que fazer. A decisão mais óbvia seria fugir, mas com isso teriam que abandonar a maior parte de seu tesouro, a própria montanha com seus veios mágicos e metais preciosos. Era um tesouro que não poderiam deixar. 

O Rei Azgen não queria perder sua riqueza e, teimoso como anão que era, preferiu apostar que aquele era um covil abandonado e que seu dono havia morrido ou descartado esta morada muito antes dos anões se mudarem para esta montanha e agora Mithrant era de seu povo. 

Os anões são teimosos, mas não são burros, e o próprio Rei Azgen tomou providências para o caso de estar errado. Os anões eram proibidos de se aproximarem do covil a não ser por uma armada que tinha uma única missão de vigiar o covil. Os anões continuaram vivendo e minerando a montanha por quase um século depois da descoberta até o dia fatídico que o dragão voltou. Com tremores, a própria montanha deu sinais de tal retorno. Avisado pela armada que vigiava o covil, o próprio Rei Azgen, agora idoso, quis estar presente ao retorno do dragão e levou seu exército.

Tremores e chamas foram o indício do retorno a seu covil. O dragão adentrou majestoso, anunciando seu nome e seu título: Drakanth, o Dragão dos Céus.

Surgiu como uma figura poderosa entre a fumaça e vapores do covil, ostentava orgulho e força em seus olhos, mas seu corpo carregava marcas de batalhas recentes e feridas impossíveis de esconder, suas escamas pareciam destruídas, suas asas quebradas e, apesar disso, parecia imponente e poderoso. Neste ponto os relatos divergem: textos do rei dos anões dizem que era um dragão de ouro, enquanto seus rivais insistem na história que era um dragão vermelho.

Mesmo ferido, a chegada do Dragão fez o exército anão temer sua presença. O Rei Azgen viu nas feridas do dragão uma chance de vitória, mas também percebeu que seu exército não tinha sua confiança, o que poderia levar a derrota. O próprio Dragão parecia em um impasse. Ele tinha força, magia e poder bruto, mas tinha ferimentos que se bem explorados poderiam custar sua vida.

Era bem claro para o Rei dos Anões e para o Dragão dos Céus que nenhuma das partes queria um confronto, assim como nenhum dos dois abriria mão da sua montanha. Assim a única opção foi estabelecer um pacto. 

Por semanas o rei e seus sábios se encontraram com o Dragão dos Céus e estabeleceram um pacto que mudou para sempre a cidade dos anões, seu povo e o próprio Dragão.

O nome da cidade mudou para refletir esta união, unindo o nome do Dragão Drakanth com o nome da cidade dos anões Mithrant, surgindo assim Drakomyth: a cidade no covil do Dragão. 

O pacto

A verdade é que se passaram tantos séculos que este pacto foi forjado que existem apenas dois seres ainda vivos que se lembram exatamente todos os termos do tratado. O próprio Drakanth e o Rei dos anões, Azgen. 

Conta-se que o Dragão presenteou o Rei Azgen com a longevidade de um dragão, mas os opositores do Rei e rivais pelo trono vêm pregando que essa vida longa e próspera faz parte do pacto. As alegações tomam cada vez mais força quando nos dias atuais ter audiência com o rei é extremamente raro e praticamente impossível encontrar o dragão.

O acordo do pacto é um mistério para toda população de Drakomyth, mas seus efeitos são sentidos por todos. Pelo pacto o Dragão trouxe muita sabedoria. Drakanth ensinou os segredos da montanha, como a origem dos veios de mana, que na verdade é a força mágica bruta que vem de ossadas de dragões de uma era que a montanha era só uma planície, antes de ser moldada por antigas erupções vulcânicas.

 O dragão também compartilhou sua magia com os anões mais sábios e ensinou que esta magia faz parte de sua escrita e língua, assim ensinando muito de sua cultura.

O Dragão sabe como os anões são artesãos excepcionais e, cada troca de pele, ele oferece suas escamas como obra-prima para os anões criarem as mais poderosas armas e armaduras, ao mesmo tempo em que ele compartilha seu conhecimento de guerra e combate que observou por séculos dos diversos reinos do mundo. A mistura dessas poderosas armas e combatentes treinados com várias técnicas criaram os guerreiros-dragões, soldados de elite no exército do reino.

Drakanth no passado ofereceu até seu sopro de fogo quando os anões precisaram  forjar itens que chamas comuns não davam conta.

Por fim, Drakanth imbuiu sua magia em toda montanha, incluindo a cidade dos anões. Assim, agora toda cidade faz parte de seu covil. Ele pode estender suas habilidades e magia por qualquer ponto do covil, fazendo a cidade praticamente uma extensão do dragão.

Os anões também têm sua parte no pacto. Para começar, uma boa parte de tudo o que os anões forjam e mineram vai para o tesouro de Drakanth, que sempre está crescendo. Armas e itens mais poderosos tem que ser forjados em pares, sendo que um fica para o dragão.

Os próprios guerreiros-dragões, a elite do exército anão, são convocados para defender o ovo de ataques dos seres das profundezas que cada vez ficam mais frequentes e mais poderosos.

Armadas de guerreiros anões inteiras podem e constantemente são requisitadas por Drakanth. Nenhuma voltou de uma missão. 

Assim, Drankanth tem o maior exército dos reinos anões, treinados e utilizando as armas e armaduras mágicas mais poderosas que se pode forjar.

No passado o pacto parecia uma dádiva e todas as famílias anânicas ficaram felizes com maravilhas que o dragão ofereceu. Com o passar do tempo, conforme mais e mais guerreiros anões eram convocados pelo Dragão a combater um inimigo desconhecido sem nunca voltar vivos, as famílias rivais ao Rei Azgen começaram a questionar o pacto. As gerações atuais jamais viram o dragão, fora os convocados para a guerra particular e o próprio rei dos anões. Assim boatos de que na verdade a cidade tem um pacto com um maligno dragão vermelho começam a tomar o reino, criando uma forte oposição ao rei Azgen e ao pacto.

 

Próximas atualizações 

data a definir – A cidade Drakomyth nos dias atuais e seus desafios

data a definir – Sociedade sobre a montanha. Lutas pelo poder e a coroa

data a definir – A verdade sobre o Dragão

data a definir – Religião e Deuses do Reino Sob a Montanha

data a definir – Criando suas histórias em Drakomyth

Sobre o autor

Bueno

Mestre há milênios. Gosta de videogames, jogos de tabuleiro, jogos de cartas, jogos de rpg... JOGOS! Crio cidades, cenários e mundos inteiros nas horas vagas (e durante o trabalho também). Fiz psicologia e uso elementos dessa área nas tramas.